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O secretário especial de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar, responsável por tocar a agenda de privatizações do ministro Paulo Guedes (Economia), defendeu, nesta quarta-feira, não “demonizar” a Vale após o rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho. Ele comparou o desastre em Minas Gerais a queda de um avião.
— Nós temos uma média de um ou dois grandes aviões (que caem) por ano. Morrem 120, 250 pessoas. Quando acontece um acidente dessa monta pede-se que a diretoria caia, demoniza-se a companhia, ou os órgãos buscam as causas? Em Brumadinho caiu um grande avião, ou dois aviões. Como seria um tratamento de uma companhia aérea? — disse o secretário.
A tragédia de Brumadinho, até o momento, tem 165 mortes confirmadas. Há ainda 160 pessoas desaparecidas.
Para o secretário, os responsáveis devem responder no seu CPF, mas a empresa tem que ser preservada para manter empregos e a arrecadação de impostos. Segundo ele, cabe às empresas reparar os danos ambientais e pagar as indenizações devidas.
— Eu sou a primeira voz dentro do governo a defender a Vale. Defendo que um gerador de riqueza e emprego que tem um histórico espetacular, já foi penalizada perdendo bilhões de reais. Não deveríamos separar a empresa dos CPFs responsáveis? — questionou.
Mineiro, ele disse que fez a mesma defesa da Samarco, controlada pela Vale e pela BHP, no caso de Mariana, há três anos.
— Quando aconteceu o evento da Samarco, eu presenciei e fiquei horrorizado a que ponto chegamos. Eu presenciei a imprensa, Ministério Público, Polícia Federal, sociedade civil, como eles destruíram a reputação de uma companhia espetacular chamada Samarco. Nem uma única voz levantou a favor da Samarco se não fosse eu — relatou. — Demonizaram a Samarco, quando nós devíamos correr atrás dos CPFs, das pessoas que foram responsáveis pelo desastre. A empresa tem que arcar com os aspectos indenizatórios.
Fonte: G1