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O acesso à educação é um direito garantido pela Constituição a todo brasileiro, mas nem todo estudante consegue usufruir de ensino de qualidade na rede pública, seja por infraestrutura ou recursos. De acordo com dados do ENEM 2017, 82% dos alunos que tiveram melhor rendimento na avaliação são estudantes da rede privada contra 18% da rede pública. Um dos fatores que explica tamanha diferença nas notas é que, além da qualidade de ensino, a maioria das escolas públicas sofrem com a falta de investimentos, acesso a recursos tecnológicos e corpo docente altamente preparado e capacitado.

Por essas e outras razões, a iniciativa privada sempre teve destaque no setor educacional brasileiro e mostrou-se como alternativa para oferecer ensino de qualidade para aqueles que têm condições de pagar por este serviço. Mas, em decorrência de uma série de fatores, como: instabilidade econômica e a pandemia mundial, o setor educacional privado passa por momentos de incertezas e perde alunos, ano após ano.

O setor, que há anos está em expansão, não esperava que uma pandemia paralisaria o mundo todo, logo no início de 2020, e alteraria a rotina e a realidade da educação privada no país. A nova realidade apresentou um cenário de incertezas, que atingiria pais e professores, ocasionando a redução do poder aquisitivo da população, o desemprego atingindo a marca de 14,7% dos brasileiros, o que impactou diretamente as escolas particulares.

De acordo com levantamento realizado pela Editora Brasil, em junho de 2020, aproximadamente 60% das escolas particulares brasileiras perderam 10% das matrículas, e cerca de 300 mil professores – que atuavam em instituições privadas – perderam o emprego durante a pandemia.

Apesar dos desafios, para que a situação não se agrave mais, educadores e instituições de ensino passaram a adotar medidas para reconquistar os alunos perdidos. Além de adaptar seu modelo de ensino, adequando-o às mudanças tecnológicas e digitais que acontecem no mundo, a personalização da educação e modelos híbridos estão ganhando cada vez mais espaço.

Com as novas gerações cada vez mais conectadas e engajadas com a tecnologia, a pandemia acabou acelerando o processo de inovação dentro das escolas. Por isso, para sobreviver o setor precisou focar em metodologias cada vez mais assertivas e que estivesse de acordo com a necessidade dos jovens.

Assim, uma coisa é clara: a educação não será mais a mesma. A lição que a pandemia deixa é que, para ensinar a atual geração – composta em sua grande maioria por nativos digitais -, é necessário apostar em alternativas que demandam serviços a um clique de distância e valorizem a expressão de identidade única. Personalizar o ensino e adotar ferramentas digitais, que colocam os alunos no centro do processo de aprendizagem e que permitem que os mesmos tenham apoio durante os estudos, é uma das formas de garantir um ensino adequado à realidade enfrentada no mundo atual e de corrigir os diversos problemas enfrentados no sistema educacional brasileiro.

*Raphael Coelho é CEO e fundador do TutorMundi, plataforma de aprendizagem para escolas que conecta alunos do ensino fundamental II e ensino médio a estudantes universitários em tempo integral, e atuou por nove anos como professor de matemática e física.

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Afetado pela pandemia, como será a retomada do setor privado de educação?

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