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Nas últimas décadas, enquanto uma revolução digital transformou completamente o mundo, acompanhamos, atônitos, grandes corporações quebrarem ao mesmo tempo em que novos conglomerados tecnológicos surgiram. A razão para os dois cenários é uma só: inovação (ou a falta dela).

Segundo análise realizada este ano pelo Boston Consulting Group, líderes do ranking das 50 empresas mais inovadoras transformaram as atividades de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos em verdadeiros empreendimentos digitais, inclusive as organizações que têm negócios considerados mais sólidos e conservadores. Para isso, quatro tipos de inovação estão sendo perseguidos: análise de Big Data, adoção rápida de novas tecnologias, produtos e recursos móveis e design digital. O estudo ainda apontou que a conquista de uma transformação digital bem-sucedida requer excelência em três áreas fundamentais: velocidade, escala e valor.

Nesse cenário, apesar de a tecnologia ser a principal alavanca para a sobrevivência e lucro das empresas, há algo fundamental para a obtenção de sucesso: o fator humano.

É preciso atrair as pessoas certas, reter talentos, capacitar profissionais e enfatizar constantemente, de forma transparente, a visão da empresa e os seus objetivos-chaves para que as equipes se sintam motivadas em executar suas atividades com excelência e rapidez.

Em 2013, o futurólogo britânico Ian Pearson, conhecido por antecipar tendências tecnológicas e de negócios, já sinalizava que à medida que os computadores se tornassem “mais espertos” e fossem capazes de eliminar determinadas tarefas no ambiente corporativo, mais seria necessário desempenhar atividades que envolvem habilidades humanas relacionadas a cuidar, como realizar avaliações de desempenho, lidar com equipes, guiá-las e liderá-las. “Vamos de uma economia da informação dominada pelo intelecto para uma que é muito mais baseada em habilidades humanas”, conta o estudioso em entrevista para a Revista ESPM.

Curiosamente, o CEO da Hootsuite, Ryan Holmes, revelou em um artigo no LinkedIn que foram seus pais e a criação em uma fazenda sem água corrente e energia elétrica que o inspiraram a ser o profissional que ele é hoje. “O que eu absorvi dele [meu pai] e de nossas vidas ‘fora da rede’ fundamentalmente moldou como eu construí um negócio de quase 1.000 funcionários, com escritórios em todo o mundo”, relata.

Holmes ressalta o quanto o espírito “mão na massa”, ágil e com capacidade para se adaptar a desafios, buscando soluções rápidas e inovadoras, é necessário para a sobrevivência de um negócio.

“Sobreviver à vida de startup requer esse mesmo tipo de autossuficiência. Se algo quebrar, cabe a você consertar. Não há tempo nem dinheiro para chamar profissionais – especialmente nos primeiros dias de atividade. Em vez disso, você precisa ser implacavelmente engenhoso e criar uma solução com as ferramentas à sua disposição. O que você não conhece ou entende – seja marketing, finanças, codificação, logística, recrutamento ou contabilidade – você precisa desenvolver rapidamente pelo menos uma competência razoável”, conta.

Esse relato diz muito sobre as habilidades necessárias em empresas de tecnologia. A busca pela inovação, atrelada às necessidades de crescimento de uma organização, deve ser pautada pela criação de uma cultura de alta performance, em que transparência, confiança e viés de velocidade e ação devem ser incentivados em cada colaborador, a fim de desenvolver equipes movidas por desafios e resultados, comprometidas em atingir um objetivo comum.

A tecnologia tem transformado o mundo, mas sem as pessoas certas, nada vai adiante.

(*) Michele Prado é gerente de Marketing da Mandaê. Há mais de 10 anos na área, soma experiências no setor de e-commerce, logística, startups e educação.

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A revolução não será só digital

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