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Conheço um executivo que estava interessado em trocar o veículo da família. Após muitas conversas com a esposa, decidiu pelo modelo e foram até a loja. Acontece que, bem próximo ao momento de fechar a venda, o filho do casal resolveu se manifestar dizendo que, ao fazer uma pesquisa na Internet, descobriu que o mesmo automóvel poderia ser adquirido em outra loja, com mais desconto e facilidade de pagamento. Resultado: para não perder o negócio, o vendedor precisou adequar sua oferta à apresentada pelo jovem.
Essa situação real que apresentei é apenas um exemplo de mudança do perfil do consumidor. Hoje, com livre acesso às informações, ele tem se tornado cada vez mais seletivo e crítico na aquisição de produtos e serviços. E, há tempos, esse novo comportamento mais ativo no processo de compra vem sendo um alerta aos líderes de marketing: construam as campanhas com foco no cliente, e não no produto.
Considerando esse novo momento, investir isoladamente em anúncios da mídia offline também não faz mais sentido. Assim como já caiu em desuso o disparo de campanhas de e-mail marketing para uma lista infinita de endereços de e-mail, sem nenhuma segmentação que considere as preferências do público-alvo. Aliás, por falar em endereços de e-mail, mude o hábito de comprar listas, ele pode prejudicar muito o desempenho da sua campanha.
Gere leads com boas práticas, por exemplo, durante conversas olho no olho, quando o cliente manifestar real interesse em estabelecer um relacionamento com a sua marca ou fornecendo conteúdo gratuito e relevante dentro do seu site, com base nos princípios do marketing de conteúdo. Tenha como base uma régua de relacionamento que permita resolver questões do cliente, enquanto estabelece uma relação de confiança com ele. Considere também investir em mídias sociais que façam sentido para o seu público.
É claro que, para ter sucesso, uma campanha de marketing não pode deixar de lado o princípio básico do planejamento, da criatividade e do feeling dos profissionais. Mas, só isso não basta. A alta competitividade do mercado e o novo perfil do consumidor exigem que as ações considerem o uso de soluções de Big Data para traçar padrões de consumo, entre outras particularidades do mercado, do consumidor e da concorrência.
Outro ponto de atenção para as empresas está relacionado à qualificação da equipe de marketing, pois é preciso coletar os dados de maneira adequada, saber quais selecionar e ser analítico e crítico para interpretar as informações e fazer o correto cruzamento entre elas. Além disso, é fundamental planejar corretamente as ferramentas que serão usadas para reforço das campanhas, sejam elas internas ou externas. Quanto mais antenada a pessoa estiver, melhor tende a ser a experiência do cliente. Tudo isso ajuda a construir campanhas para melhorar a experiência do cliente, elevando o engajamento, a fidelização e a rentabilidade do negócio.
Hoje, não basta ter o melhor produto. É necessário agregar valor para a vida das pessoas e desenvolver um relacionamento sólido com elas.
* Por Camila Vieira, coordenadora de marketing da Seal Telecom